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Deputado Mário Motta sugere criação de programa que foque na saúde mental nas escolas

O parlamentar sugeriu, por meio de um estudo de viabilidade, a criação de um programa nas escolas que foque na raiz dos acontecimentos.

by da Redação

Preocupado com o crescente número de jovens estudantes catarinenses com problemas de saúde mental, o deputado estadual Mário Motta (PSD) encaminhou uma indicação à Secretaria de Estado da Educação (SED). O parlamentar sugeriu, por meio de um estudo de viabilidade, a criação de um programa nas escolas que foque na raiz dos acontecimentos.

Durante o discurso ministrado na Sessão Ordinária desta quarta-feira, dia 23, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o deputado Mário Motta citou iniciativas bem-sucedidas nos estados do Paraná, com o Programa Escola Escuta, e de Goiás, com o Ouvir e Acolher. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), apresentados no Atlas da Violência de 2023, indicam um aumento expressivo no número de estudantes vítimas de bullying, que passou de 30,9% em 2009, para 40,5% em 2019, reforçando a urgência de políticas de saúde mental nas unidades educacionais.

“Precisamos, como representantes do povo catarinense, olhar com seriedade para os problemas que vêm se agravando dentro de nossas instituições de ensino. No ano passado, utilizei a tribuna para ler a carta de uma orientadora escolar em que, até aquele momento, a sua instituição já havia presenciado cinco tentativas de suicídio e uma consumada. Este ano, ela me procurou novamente, trazendo novas notícias preocupantes. Mesmo trabalhando em uma nova escola, com ótimas instalações, o número de adolescentes com problemas de saúde mental continua crescendo. E não são apenas os alunos que sofrem. Professores também estão sobrecarregados e vivenciando crises de ansiedade”, alerta o deputado.

O parlamentar relembrou que a pandemia da Covid-19 agravou significativamente os problemas de saúde mental dos jovens, intensificando o isolamento social, a ansiedade e a depressão. “O isolamento social, o uso excessivo da tecnologia, as dificuldades de aprendizagem e o aumento da evasão escolar tornaram a situação ainda mais crítica. Esses fatores evidenciam a necessidade de políticas públicas que abordem a saúde emocional de nossos alunos de maneira preventiva e estruturada”, reforça.

Para servir de exemplo

Ainda durante a fala na tribuna, Mário Motta citou ações exitosas em outros estados que podem servir de exemplo para Santa Catarina. O Governo do Paraná implementou o Programa Escola Escuta, que capacitou milhares de professores para prestar apoio emocional aos alunos. Em parceria com a Unesco, o programa tem foco na prevenção do suicídio e sua eficácia é comprovada pelos resultados alcançados, com integração em campanhas nacionais, como o Setembro Amarelo, demonstrando o compromisso do estado com a saúde mental dos estudantes.

Já em Goiás, com o Programa Ouvir e Acolher, alunos e professores têm acesso a profissionais que os ajudam a lidar com problemas como o bullying e as dificuldades causadas pela pandemia. “O resultado? Um ambiente escolar mais leve e feliz, onde todos se sentem acolhidos. Essas experiências demonstram que equipes capacitadas podem promover ambientes mais saudáveis e acolhedores. A saúde mental de nossas crianças e adolescentes é um pilar fundamental para o desenvolvimento integral de uma sociedade justa e equilibrada. Não podemos esperar que o problema cresça sem agir. Devemos, juntos, fazer de nossas escolas um ambiente onde o aprendizado vai além do conteúdo curricular, onde o acolhimento emocional e o bem-estar também sejam prioridade”, finaliza.

Foto: Rodolfo Espíndola/Agência AL

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