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Escolhidos presidente e relator da CPI do Saneamento de Balneário Camboriú

A CPI tem como objetivo investigar possíveis irregularidades na Estação de Tratamento de Esgoto de Balneário Camboriú.

by da Redação

Na primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Saneamento, realizada nesta quarta-feira (26), foram escolhidos o presidente e o relator da comissão. A CPI tem como objetivo investigar possíveis irregularidades na Estação de Tratamento de Esgoto de Balneário Camboriú.

Nenhum dos vereadores que assinaram a abertura da CPI ocupa cargos na comissão. O vereador Anderson Santos (PL), por 3 votos a 2, foi eleito presidente da CPI e Gelson Rodrigues (Cidadania) foi escolhido como relator.

O vereador André Meirinho (PP) autor do pedido da CPI, destacou que a instalação da CPI é uma vitória da comunidade. “As pessoas cobraram e conquistaram as assinaturas dos vereadores. Nosso foco agora é trabalhar com seriedade, isenção e transparência para esclarecer todos os fatos relacionados à gestão do saneamento e dar as respostas que a nossa cidade e população merecem”, disse.

O vereador Lucas Gotardo também enfatizou a importância da investigação.“Nossa missão é investigar a fundo as questões do saneamento e trazer à tona as verdades necessárias. Infelizmente, a menor parte dos parlamentares se preocupa realmente com a situação. A população de Balneário Camboriú merece clareza e transparência nesse processo, principalmente, pela negligência da situação que foi entendida como alarmante desde o início”, completou Gotardo.

Foram enviados ofícios para a presidência da CPI solicitando algumas informações, dentre elas que a CPI possa ser transmitida ao vivo para que a comunidade possa acompanhar. Também foi solicitado para que seja pedido ao Ministério Público cópia digital e total acesso ao processo relacionado ao Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado com a EMASA para a recuperação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Nova Esperança. Como a EMASA não cumpriu integralmente o TAC, também foi pedido acesso ao requerimento de execução judicial por descumprimento.

Além disso, os vereadores solicitaram os seguintes materiais:

Acesso ao requerimento de inquérito policial de investigação criminal contra gestores e técnicos da EMASA, devido ao despejo de esgoto in natura no rio Camboriú e informações sobre o andamento do inquérito;

Acesso aos documentos relativos ao processo de compra e aos relatórios de inspeção do contrato com a empresa SUB-MAR SERVIÇOS SUBAQUÁTICOS LTDA, responsável pela primeira obra na lagoa de aeração que não obteve sucesso, resultando em um custo R$ 5 milhões, ainda sem retorno aos cofres públicos;

Informações atualizadas sobre a execução do contrato com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para a formatação do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), um estudo contratado pela EMASA para uma possível privatização;
Acesso a processos sobre aplicação indevida de recursos, superfaturamento, medições e pagamentos irregulares, além de supostas irregularidades na tabela tarifária para os serviços de água e esgoto, destacando que a população estava pagando por um serviço que não estava sendo entregue.

Sobre a CPI do Saneamento

Proposta em fevereiro de 2023 pelo vereador André Meirinho (PP), a CPI visa investigar os serviços de saneamento, a gestão e omissões relacionadas à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no bairro Nova Esperança, que impactaram a saúde pública, o meio ambiente, a economia, o turismo e a reputação da cidade.

Entre outros fatos, a ETE, que alcançava até 98% de eficiência, passou a operar com baixa eficiência em 2020, chegando a 1% em janeiro de 2024. O relatório do IMA apontou que a situação da estação era catastrófica, além das divergências entre o IMA e a Emasa nos relatórios de balneabilidade, água cinza no Rio Camboriú e a Praia Central imprópria para banho nas últimas temporadas. A Prefeitura transferiu mais de R$100 milhões da Emasa para outras áreas e depois fez um empréstimo no mesmo valor.

Também houve a primeira obra na lagoa de aeração, que não funcionou e custou cerca de R$5 milhões aos contribuintes, e a obra emergencial no final de 2023, sem licitação, que custou cerca de R$4 milhões. Há indícios de planos para transformar a Emasa em sociedade de economia mista, concessão, parceria público-privada ou privatização para melhorar a qualidade dos serviços e gestão.

Além disso, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recorreu à Justiça para que a Emasa cumprisse o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em dezembro de 2022, e a Promotoria de Justiça requisitou à Delegacia de Polícia a instauração de inquérito para apurar a responsabilidade da empresa no despejo de esgoto in natura no Rio Camboriú.

Em junho deste ano, o vereador Cristiano Santos (PSD) assinou a abertura da CPI, sendo a sétima assinatura necessária para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Saneamento, acompanhando os outros seis vereadores: Alessandro Teco (DC), André Meirinho (PP), Eduardo Zanatta (PT), Juliana Pavan (PSD), Lucas Gotardo (Novo) e Patrick Machado (PDT).

Do bloco CPI do Saneamento (Oposição), fazem parte da composição da CPI os vereadores André Meirinho (PP) e Lucas Gotardo (Novo). Já do bloco da situação, os representantes são Anderson Santos (PL), Gelson Rodrigues (Cidadania) e Kaká Fernandes (PL), que substitui Victor Forte (PL) após sua renúncia à vaga.

Texto: Crystian Oliveira
Foto: José Deichmann

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