CLIMATOLOGIA
No trimestre abril, maio e junho, que representa a maior parte do outono e o início do inverno, as chuvas diminuem em boa parte de Santa Catarina se comparado aos meses anteriores. Em abril, são esperados volumes entre 125 mm e 150 mm na porção oeste, enquanto nas demais áreas os valores ficam próximos ou abaixo de 100 mm. Em maio, com a proximidade do inverno, as frentes frias se tornam mais frequentes e os volumes de chuva aumentam ligeiramente no Grande Oeste, Planalto Sul e Litoral Sul, ficando entre 125 e 200 mm, mas continuam próximos a 100 mm nas demais áreas do estado. Em junho não há mudanças na maior parte de SC, porém os acumulados de precipitação caem novamente nas áreas litorâneas da Grande Florianópolis ao Litoral Sul, com valores próximos ou abaixo de 100 mm. As temperaturas nos meses de abril e maio ainda respondem ao padrão de outono, apresentando no geral grandes amplitudes térmicas, já em junho a incursão de massas de ar frio se tornam mais frequentes e acabam mantendo as temperaturas em limiares mais baixos, caracterizando assim o início do inverno.
PREVISÃO
No próximo trimestre, o fenômeno El Niño caminha para a neutralidade (Figura 1). Apesar disso, a atmosfera demora para responder ao enfraquecimento do fenômeno, ou seja, ainda são esperadas chuvas dentro a acima da média, especialmente no litoral em abril e maio. Com a tendência de resfriamento, deve-se caracterizar o fenômeno da La Niña no decorrer do inverno, no trimestre Junho-Julho-Agosto.
Figura 1. Gráfico da probabilidade trimestral de evnetos de el Niño, La Niña e neutralidade. Fonte: IRI/CPC.
Quanto às temperaturas, são esperadas temperaturas mais quentes do que a média no trimestre. Ainda que sejam observadas o avanço de massas de ar mais frias para o estado, estes sistemas não devem ser duradouros, por outro lado, há possibilidade de dias consecutivos mais quentes (conhecidos popularmente como veranicos). Vale destacar que apesar das temperaturas acima da média para a estação, ainda devem ficar abaixo das temperaturas em relação ao verão, com manhãs ligeiramente mais frias e tardes amenas.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
Segundo o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), durante 29 anos de levantamento de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências por desastres.
É possível notar que a maior parte das ocorrências registradas neste período histórico ficaram concentradas nos meses em que as temperaturas no estado são mais elevadas, entre setembro e março (Figura 2). Além disso, na análise desta série de dados, o trimestre abril, maio e junho apresentou uma diminuição significativa no número de ocorrências registradas em relação aos meses anteriores. Ainda assim, maio aparece como o sexto mês em número de ocorrências (aproximadamente 500 registros, ou 9% do total de ocorrências no período).
Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
No trimestre de abril, maio e junho, as chuvas intensas e enxurradas são as principais ocorrências. O mês de maio corresponde ao segundo e o terceiro mês em que ocorreram mais eventos de chuvas intensas e inundações, respectivamente (Figura 3). Nos meses de maio do período em questão, foram registradas 54 ocorrências de chuvas intensas no estado, ante um total de 390 ao longo da série histórica, o que representa 13,8% do total. Maio também registrou aproximadamente 50 ocorrências de inundações do total de 468 da série histórica, representando 9,6% do total desta tipologia de ocorrências.
Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por inundações. Fonte: UFSC, 2020.
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Evite transitar em pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Fique atento à rachaduras em paredes e encostas, inclinação de postes, árvores e muros e água vertendo do solo para identificar riscos de deslizamento.
Durante temporais, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, jamais fique na água.
Para os dias mais quentes, a Defesa Civil recomenda manter os ambientes com temperaturas agradáveis, especialmente naqueles com pessoas idosas e enfermos, minimizar exposições diretas ao sol e exercícios físicos nos horários de pico de calor e hidratar-se regularmente.
A Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.
#DEFESA CIVIL, SOMOS TODOS NÓS.