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Prefeitura e Ministério Público firmam acordo para regularizar contratações em Camboriú

A Prefeitura de Camboriú e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), firmaram um acordo formalizado no gabinete do prefeito Leonel Pavan, após tratativas iniciadas pela 2ª Promotoria de Justiça de Camboriú no início deste ano

by da Redação

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) tem como objetivo regularizar as contratações temporárias, revisar os cargos comissionados e promover a realização de concurso público para o preenchimento de vagas na administração municipal.

O TAC surge em resposta ao uso recorrente e irregular de contratações temporárias pela Prefeitura, prática adotada ao longo dos anos pelas administrações anteriores, em desrespeito ao princípio constitucional do concurso público, estabelecido pela Constituição Federal de 1988. O acordo prevê a restrição dessas contratações apenas para situações excepcionais previstas por lei, além de obrigações como a exoneração de servidores comissionados que não atendem aos critérios legais e a revisão de contratações de terceirizados e empregados públicos.

Uma das principais determinações do TAC é a realização e homologação de um concurso público até 31 de dezembro de 2025. Até dezembro de 2026, todos os servidores ocupantes de cargos irregulares serão gradualmente substituídos por servidores efetivos, garantindo a adequação do quadro de pessoal da Administração Pública. O não cumprimento do acordo poderá resultar em sanções legais contra a administração municipal.

O acordo é fruto da Ação Civil Pública n. 5001019-93.2022.8.24.0113, ajuizada pelo MPSC em 15 de fevereiro de 2022. A ação buscava obrigar a Prefeitura a realizar concurso público e cessar as contratações temporárias irregulares. Após o Concurso Público n. 001/2022, a administração municipal continuou realizando contratações sem concurso, utilizando apenas análise de currículo e entrevistas, sem critérios objetivos. Além disso, o concurso não contemplava todas as vagas necessárias, especialmente em áreas como a saúde, e muitos dos aprovados ainda aguardam nomeação.
O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina também apontou irregularidades, reforçando a necessidade de correções imediatas.

Para o Promotor de Justiça Luís Felipe de Oliveira Czesnat, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Camboriú, o TAC é um passo essencial para garantir a observância da Constituição e a moralidade administrativa. “O uso indiscriminado de contratações temporárias fragiliza o serviço público e desrespeita os princípios da impessoalidade e isonomia”, destacou.

O procurador do Município, Vilson Albino, afirmou que a proposta de reformulação já fazia parte da campanha do prefeito Leonel Pavan e que o entendimento do Ministério Público estava alinhado com as ações previstas no TAC, que irá proporcionar a maior reforma administrativa já vista em Camboriú, “Estamos organizando a reforma para proporcionar melhores condições aos servidores públicos e à população de Camboriú”, afirmou o procurador.

O prefeito Leonel Pavan reforçou o compromisso da administração em cumprir rigorosamente o acordo firmado. “Com o TAC, o governo assume um compromisso claro de corrigir essa prática e garantir que o acesso aos cargos públicos se dê por meio do devido processo legal, o concurso público, o que resultará em uma melhoria nos serviços prestados à população”, declarou o prefeito.

O TAC já foi protocolado nos autos da Ação Civil Pública e aguarda homologação pela 2ª Vara Cível da Comarca de Camboriú.

Texto e Fotos: Molina Orval

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