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Política na semana: Operação Mensageiro deflagra 5ª fase e têm alvos na cidade de Porto Belo-SC

Apelidada de “Lava-Jato Catarinense” a Operação Mensageiro, que já prendeu 16 prefeitos e ex-prefeitos em SC, teve deflagrada sua 5° fase na última segunda-feira (29/04) com alvos nas cidades de São João do Itaperiú e Porto Belo, com o cumprimento de dezenas de mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão. Os efeitos da operação na política de Porto Belo e a estratégia do MDB do município

by da Redação

Análise por Jackson Dirceu Laurindo

“Lava-jato catarinense” têm alvos em Porto Belo

Apelidada de “Lava-Jato Catarinense” a Operação Mensageiro, que já prendeu 16 prefeitos e ex-prefeitos em SC, teve deflagrada sua 5° fase na última segunda-feira (29/04) com alvos nas cidades de São João do Itaperiu e Porto Belo, com o cumprimento de dezenas de mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão. Entre os presos estão o Prefeito de São João do Itaperiu, Clezio Fortunato (MDB), e o vice-prefeito, Jaime Antônio de Souza (PL) e como alvo de busca e apreensão o ex-Prefeito e atual Deputado Estadual, Emerson Stein (MDB).

Os mandados de busca e apreensão envolveram prédios públicos e endereços ligados aos investigados. Na cidade de Tijucas-SC, dois mandados de prisão foram cumpridos por suspeita de envolvimento nos crimes investigados em Porto Belo.

O Deputado Emerson Stein (MDB), usou a tribuna da ALESC para esclarecer os fatos relacionados ao cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência e destacou seu interesse em colaborar com a investigações e esclarecer a participação de terceiros, utilizando-se de seu nome para o cometimento de ilícitos e irregularidades durante sua gestão como Prefeito de Porto Belo-SC.

Durante seu discurso na tribuna da ALESC, o ex-Prefeito aproveitou para afrontar desafetos políticos, como o Prefeito Paulinho, de Bombinhas, cidade vizinha a Porto Belo, e o ex-Prefeito de Porto Belo, Evaldo Guerreiro (PT) inclusive desafiando-o a participar da disputa eleitoral em outubro de 2024 e acusando-os de oportunismo político, diante da situação causada pela “Operação Mensageiro” que envolveu o deputado.

As investigações sobre o ex-Prefeito e Deputado Estadual segue em sigilo pela justiça, não havendo, até o momento, nenhuma denúncia formalizada contra ele.

Efeitos da operação na política de Porto Belo

O ponto é que a operação causou alvoroço na política do município e da região. Com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em prédios da Prefeitura de Porto Belo, a gestão atual, veio a público de imediato, esclarecendo que as buscas e as pessoas envolvidas na investigação, teriam como alvo a gestão anterior, do ex-Prefeito Emerson Stein (MDB). E isentando de qualquer envolvimento a atual gestão do Prefeito Joel Orlando Lucinda (MDB), eleito em 2022 através de uma eleição suplementar, realizada após a renúncia do ex-prefeito para disputar a eleição a Deputado Estadual e também a renúncia do Vice-Prefeito, Elias Cabral (PL), que desistiu de assumir a Prefeitura, alegando motivos pessoais.

Na Câmara de Vereadores do Município os ânimos esquentaram com a repercussão da operação na cidade. O Presidente da Câmara, Vereador Magno Munoz (PSD), posicionou-se sobre a operação, afirmando estar triste com o acontecido e destacando um requerimento datado de 2021, época da contratação da empresa EBS, alvo da investigação e ligada ao grupo Serrana, que deu origem a Operação Mensageiro no estado.

O requerimento encaminhado pela Câmara de Vereadores, e não respondido até ao momento, solicitava cópia de documentação referente ao contrato com a empresa e teria sido assinado por todos os Vereadores, exceto pelo Presidente da Câmara na época, o ex-Vereador e atual Prefeito Joel Orlando Lucinda (MDB). 

A fala de Munõz, deflagrou uma série de manifestações de apoio e defesa da bancada governista ao Prefeito Joel e ao ex-Prefeito Emerson Stein, fazendo o clima esquentar na sessão.

A estratégia do MDB de Porto Belo

A fala do Deputado Estadual na tribuna da ALESC direcionada ao ex-prefeito Evaldo Guerreiro do PT, teve também objetivos estratégicos mirando nas eleições municipais de outubro.

O MDB do município sabe que seria favorável a presença do candidato PTista na disputa, trazendo para o ambiente municipal a polarização política entre esquerda e direita que divide o país.

Os atuais pré-candidatos, Diogo Santos (UNIÃO) e Magno Munõz (PSD) dividem com o Prefeito Joel (MDB) o mesmo espectro político ideológico da direita, enquanto a pré-candidata, Rosana Chalita (PSB), mais alinhada a esquerda, não apresenta a mesma viabilidade de Evaldo, para liderar uma polarização.

Sendo assim, ter PT na disputa municipal possibilitaria ao MDB utilizar a polarização para concentrar apoio à pré-candidatura de Joel, enfraquecendo as pré-candidaturas de Diogo e Magno.

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