Foto: Ricardo Wolffenbüttel/SECOM
Criada pelo Governo do Estado com o objetivo de apoiar e fortalecer micro e pequenas empresas lideradas por mulheres e reconhecer sua relevância no cenário econômico estadual, a linha Pronampe Mulher já beneficiou 1.150 empresas. O total de recursos contratados ultrapassa R$ 88,3 milhões e deve alcançar até R$ 106 milhões ao final da análise de todas as solicitações. Os dados foram divulgados pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), que é responsável pela operacionalização da linha.
A distribuição geográfica revela a força do empreendedorismo feminino em todas as regiões do estado. O Oeste lidera com 44,8% dos contratos, seguida pelo Vale do Itajaí com 26,9%, Grande Florianópolis com 10,8%, Norte com 7,7%, Sul com 6,4% e Serra com 3,5%. No que tange aos setores econômicos, o comércio e serviços dominam as solicitações, representando 74,9% do total, enquanto a indústria responde por 24,2%.
“Esse Pronampe Mulher é especial. Ele vem para que a mulher em Santa Catarina tenha seu próprio negócio e se quiser mude de vida sem depender de ninguém. Não tenho dúvida que vai transformar muitas histórias”, disse o governador Jorginho Mello.
As mulheres por trás dos números são inspiradoras. No ramo de academia de ginástica há 20 anos, Vivia Ewald, de Blumenau, viu no Pronampe Mulher a oportunidade que esperava para expandir seu negócio. Com a linha, ela conseguiu montar um estúdio de Pilates junto a sua academia e agora a expectativa é alcançar novos públicos. “Fico muito grata ao programa por me dar essa oportunidade. A minha paixão pelo esporte físico foi a motivação para construção da academia, e agora, o mais novo estúdio Ewald”.
Danubia Nori é também um caso de sucesso por trás dos números. A empresária do ramo imobiliário, de Navegantes, conta que passou de estagiária, em 2019, para proprietária de duas empresas e gestora de 10 colaboradores em 2024. “O Pronampe não poderia ter vindo em melhor hora. Nossa sala atual ficou minúscula para tantas pessoas e clientes, e precisamos mudar para uma maior. Pude utilizar parte desse recurso do Estado para acelerar a montagem do novo espaço e ainda criar um caixa de emergência”, comemora. Segundo Danubia, com a sala maior será possível contratar mais funcionários para desempenhar as tarefas da empresa, que já regularizou mais de 500 obras da construção civil do Litoral Norte, de Porto Belo a Barra Velha.
Jessica Schneider, empreendedora do ramo de selantes e fixadores em Grande Florianópolis, também é uma das beneficiadas pela iniciativa do Estado. Ela conta que sonhava em expandir a sua empresa, mas não havia capital para construir um galpão e comprar mais um furgão para auxiliar nas entregas. Com o Pronampe Mulher, as duas compras foram possíveis. “O Pronampe veio em um momento em que eu não conseguiria realizar essa ampliação. Com as altas taxas de juros e com a instabilidade do mercado, era inviável para mim, mas com a linha de crédito consegui essa expansão com a construção de um galpão maior e com a compra de um furgão”, explica. Agora, com o segundo furgão as entregas serão mais rápidas e com o galpão maior será possível armazenar mais materiais e expandir as vendas.
O presidente do Badesc, Ari Rabaiolli, afirmou que não conhece no país uma linha de crédito com tantos benefícios como o Pronampe Mulher. “O governador Jorginho Mello, que é autor da lei que criou o Pronampe Nacional, conseguiu replicar a ideia em Santa Catarina com condições ainda melhores, onde os juros são 100% subsidiados. Era o que as mulheres empreendedoras realmente precisavam para assumir riscos para o crescimento e a expansão de suas empresas com maior segurança. Isso se reflete pelo número de solicitações recebidas em tão pouco tempo”, destaca Rabaiolli.
Ele lembra que apenas sete dias após a abertura das solicitações, a primeira empreendedora já estava com o recurso disponível na conta para investir em seu negócio. “Com apoio de parceiros estratégicos, conseguimos aumentar nossa capacidade operacional e iniciar as liberações em tempo recorde. Sabemos que muitas empresas ficaram de fora, por isso trabalhamos para viabilizar mais recursos para um futuro próximo”, completa.