O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), instituição financeira voltada para o desenvolvimento regional nos três estados do Sul do país, anunciou nesta segunda-feira (15) o fortalecimento da sua atuação ao ingressar oficialmente no mercado de capitais. Essa decisão permite ao banco diversificar suas fontes de captação de recursos, assim como proporciona acesso a investidores e amplia oportunidades de novos financiamentos. A expectativa é de captar neste primeiro momento cerca de R$ 150 milhões por meio da nova operação no mercado.
Para o presidente do BRDE, Joao Paulo Kleinübing, este é um momento histórico para o banco. “Representa o nosso retorno para o mercado de capitais e é um fato importante na nossa trajetória de mais de 62 anos. Mostra o protagonismo do banco de fomento, com um olhar para o futuro. O novo negócio surge como uma vertente independente de grandes provedores institucionais, o que é importante para a resiliência do BRDE a longo prazo”, ressalta.
As soluções implementadas permitirão que o BRDE emita instrumentos financeiros de dívida bancária (a exemplo de LCAs e CDBs), como uma alternativa de funding para abertura de novas frentes de negócio. A iniciativa do banco amplia a capacidade de financiar novos projetos e está relacionada com o setor do agronegócio, que representa 60% das operações do BRDE e é fundamental ao desenvolvimento da região Sul.
Para o diretor de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, Mauro Mariani, “o BRDE, ao ingressar no mercado de capitais, reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a promoção do empreendedorismo. Essa iniciativa não apenas amplia as possibilidades de financiamento, mas também fortalece a atuação do banco em prol do crescimento econômico e social nas regiões em que atua”, comemora.
Operações
O Plano de Atuação no Mercado de Capitais indica os caminhos para viabilizar a emissão em escala de instrumentos financeiros, com distribuição ao varejo via plataforma de corretoras. Foram firmados inicialmente contratos em parceria com XP, BTG, Safra e Itaú para realização da distribuição dos instrumentos emitidos pelo BRDE.
Segundo o superintendente financeiro do BRDE, Gustavo Trombini Orsolin, para o BRDE alcançar o objetivo traçado no plano, foram abertas várias frentes de trabalho, dentre elas a aplicação de sistemas que sustentam a atividade de emissão de títulos, o que permitiu a realização dos últimos treinamentos e viabilizou dentro do planejamento previsto a execução do projeto. “Até então, nosso processo de diversificação de funding, iniciado em 2015, havia alcançado muitas instituições, nacionais e internacionais. O mercado de capitais se apresenta como o novo passo deste movimento. Com ele, criamos oportunidades novas de atuação na concessão de crédito e aumentamos a resiliência do Banco, dada a pulverização da origem dos recursos e a relação direta estabelecida com o mercado neste modelo de captação”, explica.
Oferta das LCAs
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são títulos de dívida emitidos por instituições financeiras, lastreados em empréstimos e financiamentos para o setor agropecuário. Para o agronegócio, as LCAs são uma das principais fontes de financiamento. Elas podem ser utilizadas para financiar a produção, venda ou industrialização de produtos e insumos e adquirir equipamentos para a produção no campo.