“Quero muito que as crianças me conheçam, que saibam como eu nasci e cresci. Assim, conto-lhes, eu mesma, a minha história”. Esse é um dos trechos iniciais da obra ‘A História de Balneário Piçarras contada por ela mesma para crianças’. A distribuição do livro, escrito e ilustrado por Iliane Fleith, começou recentemente nas escolas municipais.
A obra celebra os 60 anos de aniversário da cidade, com narrativa simplificada para o público infantil e ilustrações da autora. O projeto foi desenvolvido por meio de recursos da Lei Paulo Gustavo de Apoio à Cultura, gerido pela Fundação Cultural.
O investimento de R$ 10 mil reais prevê a distribuição de 900 livros para os alunos de 4º e 5º ano das escolas municipais, Biblioteca Pública Municipal e Associação Perpétuo Socorro. “A lei veio para realmente incentivar a cultura, de todas as áreas da arte. Quantos artistas tem seus projetos engavetados e não conseguem levar adiante por falta de recursos?”, destaca Iliane Fleith.
O livro aborda os primeiros momentos da cidade, desde a origem de seu nome, à chegada de energia elétrica e ao desenvolvimento econômico que se perpetuou. A escolha de contar uma história para crianças não poderia ser diferente, já que foi desenvolvida por alguém que exerceu a profissão de professora de Arte. “Fui servidora efetiva no CIEF e Monteiro Lobato por mais de 15 anos”, recordou com carinho. A criação da obra levou cerca de quatro meses.
A obra foi adaptada para audiobook, disponível gratuitamente no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=1C2YPalRF2c). Durante as ações de distribuição nas unidades escolares, o livro tem recebido elogios. “O projeto tem sido muito bem recebido, tanto por parte dos adultos, que eu não esperava, e por parte das crianças. É muito gratificante pensar que o meu trabalho vai ficar registrado para a eternidade, com a história da cidade que eu amo de paixão”, concluiu a escritora.
O município e a família Fleith: uma ligação intrínseca ao longo da história
A autora é apenas um ano mais velha do que a data que marcou a emancipação político-administrativa de Balneário Piçarras, em 14 de dezembro de 1963. Aqui, ela passou todas as fases de sua vida. Entretanto, a ligação especial com a cidade não atinge apenas ela, mas toda a sua família, que se desenvolveu por gerações no território piçarrense. “Fui inspirada também pelo fato de o meu pai (Francisco Leopoldo Fleith) ser o primeiro prefeito nomeado, assim que Piçarras foi emancipada de Penha, e também meu irmão (Ivo Álvaro Fleith), que foi vereador”, relembrou a arte-educadora, que dedicou a obra aos familiares.