A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI/DEIC), deflagrou nesta quinta-feira, 10, a Operação BitTrack, uma ação coordenada para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias em gerenciadores financeiros. A operação contou com o apoio da Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado e do Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, bem como das Delegacias Especializadas da DEIC: DLAV, DPDM, DCAC, DFRV, DFRC, DD, LAB-LD e DRAS, além das Polícias Civis dos Estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Roraima, Bahia, Pará, Maranhão e Goiás. Até o momento R$ 377 mil já foram apreendidos e mais o bloqueio de US$ 2 mil criptomoedas transferidos para a conta da PCSC, algo inédito no estado. A operação foi coordenada pelo delegado Felipe Rosado, titular da DRCI/DEIC.
Durante a operação, foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão em 13 diferentes estados brasileiros. A investigação revelou que os valores subtraídos tinham origem em uma prefeitura de SC e foram repassados para criminosos operando em outros estados, com o objetivo de financiar atividades ilícitas.
A organização criminosa utilizava contas de laranjas para converter os valores subtraídos em Bitcoins, transferindo esses ativos digitais para carteiras privadas na blockchain, dificultando o rastreamento e ocultando a origem ilícita dos recursos. No entanto, graças ao uso da ferramenta de rastreamento e inteligência de blockchain da Chainalysis, a DRCI foi capaz de rastrear os Bitcoins até os endereços de carteiras pertencentes à cúpula da organização criminosa. As medidas judiciais adotadas incluíram: Indisponibilidade de veículos; bloqueios de contas bancárias; bloqueio de criptoativos; sequestro de bens e valores e apreensão de dispositivos informáticos, que serão submetidos à perícia para aprofundar as investigações.
A cúpula da organização criminosa (ORCRIM) é composta por indivíduos que já possuem condenações por crimes semelhantes aos investigados na Operação BitTrack, tais como: invasão de dispositivo informático; furto mediante fraude; lavagem de capitais e organização criminosa.
A Operação BitTrack é um exemplo de atuação conjunta das forças de segurança pública e inteligência, utilizando tecnologia avançada e estratégias integradas para combater o crime organizado. A colaboração entre a Polícia Civil de Santa Catarina, a Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado e o Laboratório de Operações Cibernéticas demonstra o compromisso em proteger o sistema financeiro e as instituições públicas e privadas contra atividades ilícitas.