A indústria da pesca catarinense alcançou R$ 3,8 bilhões em valor bruto da produção, o que coloca Santa Catarina na primeira posição do ranking nacional, com 61,6% de participação em 2022 (último dado disponível). A estimativa para 2023 é de R$ 4,08 bilhões. Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 10 de julho, em Itajaí, durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Pesca da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada na ExpoMar 2024.
Com 593 empresas atuando no setor, a indústria da pesca catarinense representava 1% da indústria do estado em 2022. Esse número demonstra um crescimento de 18,84% entre 2018 e 2022, com uma taxa média anual de 4,7%. O setor gerou 12.206 empregos em 2024, um aumento de 31,29% em relação a 2018, com taxa média anual de crescimento de 4,47%. Santa Catarina se destaca como o estado com maior número de empregos no setor no Brasil, representando 23,9% do total em 2024.
André Mattos, presidente da Câmara de Desenvolvimento da Pesca da FIESC, destaca que os números apresentados na reunião demonstram a pujança do setor pesqueiro em Santa Catarina, que se consolida como líder nacional em produção, exportação e geração de empregos. “A combinação de um ambiente de negócios favorável, investimentos em inovação e foco na sustentabilidade garante um futuro promissor para o setor, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico do estado”, afirmou.
Mercado externo
As vendas externas da indústria da pesca em Santa Catarina somaram US$ 42,1 milhões em 2023, posicionando o estado como terceiro maior exportador nacional. Em termos de volume exportado, o estado é responsável por 25% do total vendido ao exterior pelo Brasil (15,03 mil toneladas), o que garante a Santa Catarina a liderança nacional. Entre os principais destinos estão os Estados Unidos (28,35%), a Argentina (27,91%), o Uruguai (7,39%), a Coreia do Sul (5,91%) e Taiwan (4,89%).
Produtividade
A produtividade por trabalhador catarinense atingiu R$ 184,57 mil, posicionando o Estado como o segundo no ranking nacional. O estado lidera o ranking nacional em valor da transformação industrial, com R$ 1,4 bilhão em 2022, representando 68% da participação no setor. O setor de preservação do pescado e fabricação de produtos derivados do estado faturou R$ 3,67 bilhões em 2022, ocupando o primeiro lugar no ranking nacional do setor e representando 59,4% da indústria nacional de pesca.
Desafios e Oportunidades
Durante o encontro, o economista-chefe da FIESC, Paulo Bittencourt, realizou uma análise dos principais pontos da reforma tributária, que impactará diretamente a indústria pesqueira. Segundo ele, só a simplificação do sistema já proporciona um ganho de produtividade relevante para a indústria brasileira.
No evento, o pesquisador Maicon Zangalli apresentou um estudo aprofundado sobre as tendências do consumo de pescado, destacando a crescente importância da sustentabilidade, bem-estar animal, transparência e experiência do cliente.
O consultor técnico do SENAI, Bruno Alberto Haas, introduziu o conceito e a importância da economia circular para a sustentabilidade do setor e destacou a oportunidade de as empresas transformarem o que hoje é resíduo em outros produtos, como óleo de peixe, farinhas e ração.
*O valor bruto da produção calcula o volume financeiro apropriado pela agricultura e pecuária brasileira, baseado na variação dos preços e da quantidade estimada de produção.